Durante toda a História da Humanidade até a época medieval, a Natureza afigurou-se como duradoura e permanente, que sofria ciclos e alterações, mas era sempre capaz de recuperar sem dificuldade, inclusivamente das pequenas agressões que o Homem lhe causava com as suas localizadas intervenções.
Esta concepção mudou radicalmente com a ciência moderna e a técnica dela derivada. O Homem passou a constituir, de fato, uma ameaça para a continuidade da Vida na Terra. Não só pode acabar com a sua existência como também pode alterar a essência do Homem e desfigurá-la mediante diversas manipulações.
Tudo isto representa uma mutação tal no campo da ação humana que nenhuma ética anterior se encontra à altura dos desafios do presente. Torna-se necessária uma nova ética: uma ética orientada para o futuro. Tal não significa que seja concebida para que a pratiquem apenas “os homens de amanhã”. Ao contrário, trata-se duma ética que deve reger precisamente os “homens de hoje” por forma a garantir que haja “os homens do futuro”.
Hans Jonas dedicou-se a esta problemática, tendo proposto uma filosofia baseada no Princípio da Responsabilidade, apresentando um novo paradigma ético, vocacionado para o nível coletivo e para ação dos agentes político-sociais, grandes responsáveis e contribuintes para “regrar e orientar da ação humana”, “uma ética atual que se preocupa com o futuro, que pretende proteger os nossos descendentes das consequências das nossas ações presentes”.
Este documento de reflexão circunscreve-se à Natureza Ambiental extra-humana e à Ecologia no sentido referente às relações entre o comportamento humano e as consequências da intervenção sobre o Ambiente Natural.
Tal se deve ao fato de se pretender analisar de que forma o pensamento de Hans Jonas se pode aplicar e constituir útil com instrumento de pensamento e ação na Saúde Pública, designadamente, no âmbito da Saúde Ambiental.
O Ambiente Natural é fundamental no garante da saúde das comunidades, sendo o objetivo último da Saúde Pública trabalhar de modo que, para além de sobreviver, as populações vivam com qualidade de vida, bem-estar… enfim, saúde plena.
Para tal há que partir para a elaboração, implementação e avaliação de políticas e planos de ação onde indicações éticas e orientações de pensamento baseados na Responsabilidade deverão ser assumidos e praticados.
Fonte: compare.buscape.com.br - Acesso: 29/10/2011.
Curso de Qualidade de Vida no Trabalho
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