Um dos maiores nomes da literatura universal, o bruxo Jorge Luis Borges, narra essa aventura infeliz numa de suas mais belas criações, A busca de Averróis. Eu, admiradora de Borges, penso sempre nessa história quando me apresentam - e é bastante comum! - uma questão qualquer de incompreensão recíproca entre gerações, pais e filhos, velhos e jovens.
Acompanhei e acompanho de perto muitas histórias de descompasso e desconfiança profundas, que marcam o afastamento das gerações.
A característica desse processo é uma tendência a diferir mais do que a compartilhar, o que cria uma tensão que pode se aprofundar e propiciar ambientes e situações negativas.
Podemos perguntar duas coisas: o que está acontecendo do ponto de vista espiritual? Como proceder para minimizar os estragos que podem brotar desse desentendimento?
Primeira resposta: as crianças em geral crescem numa realidade bem diferente daquela da infância dos pais. A experiência colhida por esses espíritos está relacionada com contextos distintos.
O que é natural, agradável e normal para os jovens, pode ser confuso e desconfortável para os mais velhos.
Segunda resposta: os espíritos que estão por aqui há mais tempo, acumulando uma quantidade maior de vivência, devem aceitar as discrepâncias com serenidade, esperando que a vida modele os jovens - e ela assim, irrevogável, o faz.
Mais ainda: otimismo e confiança são as ferramentas para vencer a incompreensão pesada que atrapalha a dinâmica de diversas famílias e arranjos afetivos. Os ajustes se processam sempre.
Ainda que não enxerguemos com facilidade, os descompassos espirituais tendem a se arrematar corretamente.
Autora: Marina Gold
Fonte: Terra.com
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